terça-feira, 7 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
RETA FINAL "NOSSO TOP"
Gente...reta final heim...
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domingo, 5 de outubro de 2008
Letras em Cena
Na segunda-feira, dia 29/09, Thalita participou do Letras em Cena no Masp... e como sempre arrasou !!!
Para quem não pôde ir vê-la, abaixo eis o texto que a Ruiva leu, aproveitem a leitura !!!
Vende-se um grito usado em outras épocas, ousado em certas coisas e vencido pelas circunstâncias. Vende-se um grito de aviso, um encontro marcado com o pecado, um grito gritado para dar juízo. Vende-se um grito ajustado. Um grito pacato. Vende-se um grito fedido, humilhado e jogado de lado como um cachorro fodido é chutado. Trata-se de um grito atávico, hermético, extático. Um grito patético, dramático, político e poético. Não está parado no ar como um símbolo empoeirado dos antigos, mas teima em se coçar na garganta dos incomodados. Vende-se um grito maldito de se dizer, difícil de se explicar e esquisito de se ver. Pode ser suave e quietinho, metido direitinho onde quer que possa pra acordar quem quer que seja. Pode não ser um grito que se veja de onde ou o quê parta. São gritos agitados e agudos para ferir os tímpanos dos surdos e abrir os cornos dos cegos encharcados de prantos e mudos de espanto. Vende-se um grito de fantasma, de ataque asma, de espanto ou de susto. Há muitas sutilezas nesses gritos de cama e mesa. Vende-se um grito canceroso, estupendo, insidioso. Pode ser um grito charmoso, dadivoso, langoroso. Tudo depende do gosto gostoso ou com que se dá o grito. O grito se dá é de barato, mas pode ser um grito que é caro. Mais queridos e zelados por uns privilegiados, que gritam melhor do que os outros. Vende-se um grito em convulsão. O grito e a sua duração, conforme a fatura da prestação dos débitos e os limites do cartão crédito. Vendem-se gritos entre irmãos e entre desconhecidos. Vendem-se gritos espremidos, gritados por terceiros e escarrados nos travesseiros. Há gritos para lembrar e gritos para esquecer, são gritos apregoados para vender. Porque um grito pode sim ser comprado. Vende-se um grito suado pelo trabalho, lesado pelo salário e aposentado como raquítico. Vende-se de leve o grito breve de uma greve. Vende-se um grito cansando de ouvir que vai mudar para o mesmo lugar. Um grito de arrepiar. Um grito aterrador para quem é sofredor e quem tem a ganhar. Vende-se um grito no escuro, perplexo, de medo do futuro. Vendem-se gritos completos, torrados, moídos e destituídos de seu poder curativo. Vende-se um grito que salva, que pega, que larga. Vende-se o grito de um segurança que toma tiro, do bandido que pressiona o gatilho e dos filhos de ambos às tontas pelo mundo. Vendem-se gritos de alívio, gritos iluminados que exprimem pensamentos e vendem-se gritos de lamento. Há gritos que são assim: para despertar da dor o despertador dos que teimam em dormir. Vendem-se gritos dados ao nascer! O grito desses bebês minúsculos já é de espanto, ainda que não saibam nada. Vende-se o grito da molecada excitada, da família reunida e da criada estuprada. Pode-se impor uma vontade no grito, podemos ser vencidos no berro. Há questões de vaidade mesmo nos gritos de felicidade! Vendemos gritos nos parques, nos abismos, nas delegacias. Vendem-se gritos de militantes torturados, estudantes excitados e comandantes exitosos. Vendem-se gritos horrorosos! Poderão nem ser gritos, no sentido de que serão sentidos como guincho irados, perdidos nos ocos dos becos. Vendem-se mil gritos danados... São gritos o que vendemos. Insatisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
Fernando Bonassi.
Para quem não pôde ir vê-la, abaixo eis o texto que a Ruiva leu, aproveitem a leitura !!!
Vende-se um grito usado em outras épocas, ousado em certas coisas e vencido pelas circunstâncias. Vende-se um grito de aviso, um encontro marcado com o pecado, um grito gritado para dar juízo. Vende-se um grito ajustado. Um grito pacato. Vende-se um grito fedido, humilhado e jogado de lado como um cachorro fodido é chutado. Trata-se de um grito atávico, hermético, extático. Um grito patético, dramático, político e poético. Não está parado no ar como um símbolo empoeirado dos antigos, mas teima em se coçar na garganta dos incomodados. Vende-se um grito maldito de se dizer, difícil de se explicar e esquisito de se ver. Pode ser suave e quietinho, metido direitinho onde quer que possa pra acordar quem quer que seja. Pode não ser um grito que se veja de onde ou o quê parta. São gritos agitados e agudos para ferir os tímpanos dos surdos e abrir os cornos dos cegos encharcados de prantos e mudos de espanto. Vende-se um grito de fantasma, de ataque asma, de espanto ou de susto. Há muitas sutilezas nesses gritos de cama e mesa. Vende-se um grito canceroso, estupendo, insidioso. Pode ser um grito charmoso, dadivoso, langoroso. Tudo depende do gosto gostoso ou com que se dá o grito. O grito se dá é de barato, mas pode ser um grito que é caro. Mais queridos e zelados por uns privilegiados, que gritam melhor do que os outros. Vende-se um grito em convulsão. O grito e a sua duração, conforme a fatura da prestação dos débitos e os limites do cartão crédito. Vendem-se gritos entre irmãos e entre desconhecidos. Vendem-se gritos espremidos, gritados por terceiros e escarrados nos travesseiros. Há gritos para lembrar e gritos para esquecer, são gritos apregoados para vender. Porque um grito pode sim ser comprado. Vende-se um grito suado pelo trabalho, lesado pelo salário e aposentado como raquítico. Vende-se de leve o grito breve de uma greve. Vende-se um grito cansando de ouvir que vai mudar para o mesmo lugar. Um grito de arrepiar. Um grito aterrador para quem é sofredor e quem tem a ganhar. Vende-se um grito no escuro, perplexo, de medo do futuro. Vendem-se gritos completos, torrados, moídos e destituídos de seu poder curativo. Vende-se um grito que salva, que pega, que larga. Vende-se o grito de um segurança que toma tiro, do bandido que pressiona o gatilho e dos filhos de ambos às tontas pelo mundo. Vendem-se gritos de alívio, gritos iluminados que exprimem pensamentos e vendem-se gritos de lamento. Há gritos que são assim: para despertar da dor o despertador dos que teimam em dormir. Vendem-se gritos dados ao nascer! O grito desses bebês minúsculos já é de espanto, ainda que não saibam nada. Vende-se o grito da molecada excitada, da família reunida e da criada estuprada. Pode-se impor uma vontade no grito, podemos ser vencidos no berro. Há questões de vaidade mesmo nos gritos de felicidade! Vendemos gritos nos parques, nos abismos, nas delegacias. Vendem-se gritos de militantes torturados, estudantes excitados e comandantes exitosos. Vendem-se gritos horrorosos! Poderão nem ser gritos, no sentido de que serão sentidos como guincho irados, perdidos nos ocos dos becos. Vendem-se mil gritos danados... São gritos o que vendemos. Insatisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
Fernando Bonassi.
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Letras em Cena
Gravação do SexShake no Multishow
Nesta última sexta-feira, 03/10; Thalita, Fernando e Bianca participaram da gravação do Programa SexShake do canal Multishow, programa este que provavelmente irá ao ar dentro de duas semanas !
Vejam as fotos deles durante a gravação e após em um jantar japonês em Laranjeiras !!!
Vejam as fotos deles durante a gravação e após em um jantar japonês em Laranjeiras !!!
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Fotos com Bia Jahara,
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